
Desestigmatizar a dependência química e tratar os transtornos relacionados às drogas são fundamentais para promover a recuperação, com empatia e suporte social
Há um aumento de 23% no número do consumo de drogas nos últimos dez anos em comparação com a década anterior. A quantidade de pessoas que sofreram transtornos por causa de algum tipo de entorpecente subiu para 39,5 milhões, um aumento de 45% em 10 anos. Esses dados do “Relatório Mundial sobre Drogas 2023” das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) revelam uma situação que merece atenção.
Nesta semana do Dia Internacional de Combate às Drogas (26 de junho), vamos conversar sobre dependência química? Diferente do que muita gente pensa, ela não está associada ao mau comportamento, falta de caráter ou força de vontade. Essa ideia, inclusive, pode dificultar o tratamento. A dependência de drogas lícitas ou ilícitas é considerada uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nem sempre há dependência
É bom saber que nem todas as pessoas usuárias de drogas se tornam dependentes. Algumas consomem ocasionalmente, enquanto outras usam de forma abusiva. As causas da dependência ainda são desconhecidas, por isso é difícil prever quem se tornará dependente.
Para ser considerada dependente química pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), uma pessoa precisa ter pelo menos dois dos seguintes critérios por pelo menos 12 meses:
- Consumo excessivo da substância.
- Dificuldade em controlar ou reduzir o uso.
- Dedicação excessiva de tempo para obter, usar ou se recuperar dos efeitos.
- Forte desejo ou necessidade intensa de usar.
- Problemas recorrentes em responsabilidades importantes.
- Uso contínuo apesar de problemas sociais causados pela substância.
- Abandono de atividades sociais, profissionais ou recreativas.
- Uso em situações perigosas para a saúde.
- Manutenção do uso apesar de problemas físicos ou psicológicos.
- Tolerância ao efeito da substância.
- Síndrome de abstinência ao interromper o uso.
Drogas lícitas x ilícitas
É bom saber que drogas lícitas são aquelas permitidas por lei e que podem ser compradas facilmente, como cigarros, bebidas alcoólicas e alguns medicamentos vendidos em farmácias. Já as drogas ilícitas são proibidas pela lei, conhecidas como “drogas pesadas” devido à forte dependência que causam.
Descriminalização da maconha
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nessa terça-feira (25/06) descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal após nove anos de julgamento interrompido. O porte permanece ilícito, mas as punições se tornam administrativas, não criminais, excluindo registro de reincidência e serviços comunitários. A definição da quantidade para uso pessoal será definida na próxima sessão.
Segundo o “III levantamento nacional sobre o uso de drogas”, a maconha é a droga ilícita mais consumida no Brasil, usada por 7,7% da população de 12 a 65 anos. A cocaína em pó é a segunda, com 3,1% de pessoas usuárias.
Dependência química tem cura?
Como é crônica, o tratamento da doença precisa de acompanhamento constante. As opções terapêuticas mudam de acordo com a situação de cada pessoa.
Como é o tratamento?
- Apoio médico: uso de medicamentos para aliviar sintomas de abstinência e tratar condições associadas.
- Terapias comportamentais: sessões que ajudam a mudar comportamentos em relação ao uso de drogas.
- Programas de reabilitação: ambientes controlados com apoio contínuo.
- Apoio psicossocial: envolvimento de familiares e pessoas próximas para oferecer suporte durante a recuperação.
Se você precisa de ajuda, pode contar com a Equipe de Saúde do seu plano de saúde, assim como o programa Conte Comigo*:
- 24 horas por dia, nos 7 dias da semana.
- 0800 795 1550 e 0800 773 5333 (último número também disponível no WhatsApp).
- Pessoalmente nas Fábricas (confira os locais e horários no Hands On).
Acolha!
É essencial desestigmatizar a dependência química e abordar os transtornos relacionados às drogas como questões de saúde pública, não de moralidade. A empatia, o suporte social e a inclusão no tratamento são fundamentais para promover a recuperação.
#StellantisSaúde
#DiaInternacionalDeCombateÀsDrogas
*Elegível aos empregados, empregadas, estagiários, estagiárias e jovens aprendizes do grupo Stellantis e do Supplier Park do Polo Automotivo Stellantis Goiana, assim como para seus dependentes acima de 18 anos.